Toma um fósforo acende teu cigarro! O beijo, amigo, é a véspera do escarro. A mão que te afaga, é a mesma que te apedreja. Se alguém causa ainda pena a tua chaga apedreja essa mão vil que te afaga, escarra na boca que te beija! RE-Incidente em Antares

quinta-feira, maio 04, 2006

A junção dos rabiscos

A resenha de nós mesmos...

O traço do lápis que escreve a história da nossa vida, por vezes, é apenas um rabisco. Ocorre em momentos felizes, quando quase não tencionamos escrever...vai-se vivendo com tamanha fluidez, que o traço se estende, quase se ofende...como prontuário médico, escrito às pressas, como se o lápis passeasse pelas brancas ranhuras da página, ensinado passos de dança. Em momentos de pesar, o lápis tem tempo, põe as vírgulas, encrava os pontos...e, por fim, passa-se a página! Parece que escrevemos mais, para possibilitar o esgotar da folha...exaurir a condição. Cada página virada é uma dor a menos...mas eis que ali reside também um novo desafio... Que se façam ilustrações para preencher o espaço deixado pela ausência de palavras...posto que palavras dolorosas nada mais são que palavras com maior tempo de reflexão. Que se façam linhas horizontais fortes, pra compensar a falta de destreza do traço triste, posto que o tamanho da firmeza do lápis nem sempre reflete a mesma dimensão do caráter do escritor. E, por fim, que seja possível reconhecer a capa apenas como fachada...e, ao passar das páginas alheias, se saiba que ali reside uma versão pessoal do que se é... ...e que se tenha a tolerância, paciência e solidez para, um dia, ceder o lápis a quem for nos acompanhar, posto que poucos são aqueles que podem nos dar versões sinceras de nós mesmos.