Toma um fósforo acende teu cigarro! O beijo, amigo, é a véspera do escarro. A mão que te afaga, é a mesma que te apedreja. Se alguém causa ainda pena a tua chaga apedreja essa mão vil que te afaga, escarra na boca que te beija! RE-Incidente em Antares

sexta-feira, janeiro 27, 2006

No soy loco por ti, America

Latinos americanos reclamam sempre dos estereótipos que o primeiro mundo lhes inflinge.Mas a nhaca é que quase sempre o estereótipo cabe perfeitamente.Estereótipo vendido, ou melhor dizendo, dado de graça ao resto do mundo.
A América Latina é o paraíso do populismo.Tem para todos os gostos e vêm em todos os matizes e formas.Agora mesmo, por exemplo, se instituiu o populismo racial, nascido da eleição de Evo Morales na Bolívia.Troncudo e carrancudo, Morales, como o nosso Lula, não tem plano de governo, é desarticulado e propagandeia uma política estatizante, ‘’contra lo imperialismo’’, mas é uma belezura de ícone, pois é índio.Bem,dizem as más línguas que é mestiço, como noventa por cento dos latino-americanos.Mas que importa?Se o homem parece índio, é o que vale, não? Com esta superioridade étnica, que importância faz ou não um plano de governo?
No Chile a também recém eleita Michele bachelet bateu o pezinho e proclamou que metade de seu ministério será composto por mulheres.Resta saber se o quesito ‘’competência’’ estaria mais ou menos emparelhado com o populismo de gênero sexual da senhora em questão.
Mesmo na Argentina, o discreto Néstor Kirschner não faz frente ao maior ativista político de país:Diego Armando Maradona.Com o exemplar quociente intelectual de um jogador de futebol, diegiuito brinca de embaixada com Fidel Castro e faz par romântico com seu ídolo maior, o presidente da Venezuela, o célebre Hugo Chávez.O romantismo aqui diz respeito àquela utopia ideológica Bolivariana, de conquista de liberdades do povo latino americano-liberdade a toque de golpe militar, diga-se.Porque los latinos são muito viris, por supuesto. dieguito acompanhou recentemente seu ídolo Chávez em um comício contra a Alca, contra os EUA, contra Bush, contra o imperalismo e contra sei lá mais o que, em que Hugo dava saltinhos e dizia palavras de baixo calão em ofensa aos imperalistas.Tudo muito romântico mas tudo muito viril, claro.No melhor estilo do populismo militar e revolucionário.
Resta, entre tantos outros exemplos do salutar populismo latino americano, o nosso Lula, profundo admirador de todos estes aqui mencionados.Lula não é índio, não foi militar, não joga futebol(ou joga mal), não é mulher.Mas foi pobre, virtude mais que divina dentre todas as escalas do populismo.Lula é o epítome sorridente do populismo social.Disse recentemente que não tem cara de zona sul carioca, que prefere a periferia.Deve ter dito entre um trago ou outro de um charuto cubano ou um gole de Romanée-conti, seu vinho favorito(5000 dólares a garrafa), a bordo de seu aerolula.Mas claro:suas raízes sócio-político-culturais, e diria até intelectuais, estão no gosto peculiar pelo frango com polenta acompanhado por uma cachacinha.
E assim vai se construindo o famigerado preconceito-ou seria conceito mesmo?- do que seria o perfeito idiota latino americano.