Toma um fósforo acende teu cigarro! O beijo, amigo, é a véspera do escarro. A mão que te afaga, é a mesma que te apedreja. Se alguém causa ainda pena a tua chaga apedreja essa mão vil que te afaga, escarra na boca que te beija! RE-Incidente em Antares

domingo, novembro 06, 2005

O mais válido tipo de turismo
No Rio de janeiro , proibiram o uso de imagens que denotem algum apelo sexual em cartões postais.As imagens em questão eram fotos que mostravam glúteos e outros adornos salientes de senhoritas opulentas que se misturavam às curvas da paisagem carioca.O motivo da proibição seria o suposto incentivo ao turismo sexual provocado pelo apelo instintivo das formas das moças.
Sou contra a proibição.Radicalmente.Ora, se o pão de açúcar é um ícone da paisagem carioca e brasileira, porque as célebres curvas das moçoilas tupiniquins também não o podem ser?Ícones muito mais vibrantes, muito mais personificados e vivos(metaforicamente ou não) dos atrativos turísticos brasileiros.Sim, sim, as tais imagens sexuais eventualmente atraem o turismo sexual.Mas que mal tem?A principal fonte de turismo é a sexual, ora esta.Eu mesmo já pensei em algumas viagens à Suécia e a outros países nórdicos não só por curiosidade pela cultura local, mas também para travar amizade com algumas encantadoras caucasianas diáfanas.
E, por favor, não confundam turismo sexual com prostituição.Turismo sexual você pode fazer até ao visitar a casa de sua vizinha.Lascívia não respeita limites geográficos.Ao contrário:a luxúria é um vício virtuoso que desonera de si quaisquer impostos alfandegários de pecado ou qualquer outra perversão parecida.O interesse sexual pode e deve ser levado em consideração no objetivo de alguma viagem.Se isto suscita ou não a prostituição , não tem necessariamante diretamente que ver nem com as razões turísticas dos turistas nem com quem promove este tipo de turismo.Compras e vendas de quaisquer ordem- mesmo de corpos e almas- são questões íntimas a serem tratadas de pessoa à pessoa.Se há aí alguma exploração meio sórdida(pedofilia, escravização branca, etc) o estado que resolva e ponto.Mas não venham afanar o direito sagrado do viajante de buscar avaliar outras culturas, e dentro deste desbravamento cultural, está lícito o direito de travar conhecimento-bíblico ou não- com senhoritas de outras origens, outras etnias, fluentes em outras línguas(perdoem a infame metáfora sem intenção, sim?).
Mania medieval e carola esta de achar que corpos humanos possuem o gérmen do pecado e do erro, que corpos são sagrados e proibidos.Balela.O direito à posse do corpo é de seu(sua) dono(a);mas o direito a olhar um corpo é de quem o vê.Não existe estupro visual.Todos têm o direito à curiosidade.Além do que, esta questão da proibição de partes do corpo é meramente cultural e beira a esquizofrenia.No Egito antigo, por exemplo, mulheres andavam com os seios a mostra e com os pés calçados sempre, porque estes eram considerados mais sexualizados e obscenos do que aqueles.Se você pegar um livro qualquer de Machado de Assis do século dezenove, verá inúmeras referências a braços sensuais e calcanhares luxuriosos.Não adianta proibir, tapar, que o foco da lascívia sempre se manifestará em alguma parte do corpo humano.Nem que seja no dedo mindinho.
E, metafísicas sexuais à parte,há também razões sociológicas para o desbunde da libertação dos instintos turísticos.Ora, sejamos francos:em um cidade como o Rio, em que todos andam seminus, qual a razão para alarde com uma mulher de biquíni em um cartão postal?Antes pelo contrário, as curvas de uma gentil dama carioca dão pleno azo aos ditos que tratam o Rio de janeiro como cidade maravilhosa.Eu, cá pra mim, não troco os encantos de um corpo feminino por todas as maravilhas de uma capela Sistina nem pelos deslumbres do Grand Canyon.Muito menos pelo pão de açúcar.